Avisei a mamãe que convidei o Ravi para se hospedar em casa e ela não gostou nada disso. Ela veio com aquele discurso - até correto - de como eu poderia saber se o cara estava mesmo do outro lado do mundo ou era um picareta pois na internet não tem como se certificar de quem realmente está do outro lado do monitor. Mas usei as próprias falas dela para rebater, principalmente as suas histórias dos estrangeiros hippies que o meu tio levava para casa sem conhecer nada deles. "Eram outros tempos", ela disse, mas aí usei outro argumento dela mesmo: "não é você que diz que as pessoas não mudam desde que o mundo é mundo?". Ela teve que aceitar, afinal ele me ofereceu pousada quando eu for lá para a Índia gravar o meu documentário.
A Camila não está nem um pouquinho animada com a visita do Ravi, acha que eu estou com ciúmes da sua amizade com ele, mas eu não estou afim dele.
Mamãe foi para o hospital visitar o tio Raul, que foi baleado em uma tentativa de roubo na sua casa, parece que ele já está fora de perigo, mas a tia Silvia está arrasada emocionalmente. Ah, ela não confia nada nada naquela Yvone, uma amiga de infância da tia Silvia e que está sempre ao seu lado ultimamente. D. Aída tem um faro afiado para encrenca.
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